Max Lucado - Derrubando Golias
O menino esbelto e imberbe ajoelha-se à beira do riacho. A lama umedece seus joelhos. A água borbulhante refresca sua mão.
Se quisesse, ele poderia examinar seus belos traços na água. Seu cabelo tem a cor do cobre. Ele tem a pele bronzeada, cor-de-sangue, e os olhos que roubam o fôlego das moças hebréias. Entretanto, ele não procura pelo seu reflexo, mas por seixos. Pedras. Pedras lisas.
O tipo de pedra que fica bem acomo¬dado no alforje de um pastor; que se ajeita bem na funda de couro de um pastor. Pedras achatadas que pesam na palma da mão e são, com a força de um cometa, lançadas contra a cabeça de um leão, de um urso ou, neste caso, de um gigante.
Da encosta da montanha, Golias olha lá para baixo. Ele só não ri porque não acredita no que vê. Ele e seu bando de filisteus transformaram metade do vale em uma floresta de lanças; uma gangue rosnenta e sedenta de sangue formada por rufiões ostentando trapos, mau cheiro e tatuagens feitas com arame farpado. Golias está acima de todos eles: com quase 3 metros de altura, sem sandálias, usando cerca de 55 quilos de armadura e rosnando como se fosse o principal competidor na noite do campeonato da Federação Mundial de Luta Livre.
Ele usa gola tamanho 48, um elmo GG e um cinto com cerca de 1,40 metro de comprimento. Seus bíceps sobressaem, os músculos das coxas formam ondas e os elogios que faz a si mesmo ecoam pelo desfiladeiro.
"Eu desafio hoje as tropas de Israel! Man¬dem-me um homem para lutar sozinho comigo" (1 Samuel 17:10).
Quem lutará mano a mano comigo? Que venha o melhor atirador que vocês têm.
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